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sexta-feira, outubro 20, 2006

Resumo e análise da entrevista de Lula ao programa Roda Viva em 16 de outubro de 2006-10-20


16/10/2006

Entrevistado: Luiz Inácio Lula da Silva, presidente e candidato à reeleição

Entrevistadores: Tereza Cruvinel, colunista do jornal O Globo; Alexandre Machado, comentarista de política da TV Cultura; Lourival Sant’Anna, repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo; Cristiano Romero, repórter especial e colunista do jornal Valor Econômico; Denise Rothenburg, colunista de política do jornal Correio Braziliense; Renata Lo Prete, editora do Painel, do jornal Folha de S. Paulo.

Apresentação: Paulo Markun

O representante do jornal O Estado de São Paulo perguntou a Lula sobre a questão dos impostos. Definitivo e com muita segurança Lula respondeu: “Meu rapaz, você está sendo ingrato, o seu imposto foi reduzido e não aumentado”. Lula usou de muita clareza ao explicar que todo o cidadão como pessoa física teve pela primeira vez o seu imposto reduzido em 10 anos. Ou seja, o que houve foi redução de carga tributária e não o aumento. A tabela do imposto de renda foi corrigida após 10 anos de espera da sociedade, o que favoreceu em especial a classe média.
O aumento da carga tributária tão intensamente alardeado pela mídia é na verdade um aumento da arrecadação e não da carga. O que aconteceu de fato foi uma ênfase na fiscalização de empresas de um lado e o fortalecimento destas de outro. O lucro do setor produtivo foi vigoroso, o maior em vinte anos. Pela primeira vez na história o lucro do setor produtivo superou o lucro do setor bancário e mais: em 4 vezes. Sim, o lucro do setor produtivo superou em 4 vezes o lucro do setor bancário. Foi isto que fez aumentar a arrecadação fiscal.

Alguns dos jornalistas presentes questionaram o envolvimento de importantes petistas no caso do dossiê contra José Serra. Insistiram se ele perguntou ou não sobre a participação de Berzoini. Lula afirmou que sim. Que perguntou objetivamente a Ricardo Berzoini se ele havia participado de alguma forma e se conhecia a origem do dinheiro. Berzoini afirmou não ter participado e que não conhecia a origem do dinheiro. A partir da falta de resposta de Ricardo Berzoini, Lula preferiu afastar o companheiro para garantir a transparência e a confiança no partido e afirmou que é isto o máximo que cabe ao presidente fazer e que investigar e punir cabe à Polícia Federal e não ao presidente, isto num estado democrático de direito.

Ainda sobre o dossiê, Lula relembrou que a ele (Lula) nada interessava comprar um dossiê já disponível em diversas mídias. A campanha estava garantida, não havia motivos e que o feito somente prejudicou a candidatura dele. Apesar dos fortes argumentos a representante da Folha de São Paulo insistiu de que se fosse verdadeiro o dossiê poderia enterrar de vez tanto José Serra como Geraldo Alckmin, então que isso indicava que realmente poderia interessar ao candidato Lula. Lula respondeu repetindo que o dossiê já estava disponível, se já estava disponível não faria sentido recomprá-lo e que seu conteúdo já era de conhecimento da polícia federal, ou seja já pertencia ao inquérito, então a história é um despropósito que serviu apenas para atrapalhar sua campanha. Ressaltou ainda que em toda a sua trajetória política jamais fez uso deste tipo de artifício.
Finalmente perguntou enfático: “A quem interessa articular o dossiê que impediu a vitória de Lula já no primeiro turno?” “Quem arquitetou tudo isso?”

Lula foi perguntado também sobre o que ele quis dizer quando sugeriu que o candidato Alckmin teria nostalgia do tempo da ditadura militar, citando o debate realizado dias antes na rede Bandeirantes de televisão. Lula respondeu que foi devido ao irresponsável comportamento do candidato Alckmin que constantemente não só lhe atribuía culpa de coisas que o Lula jamais havia cometido como também imputava ao Lula o ônus da prova de sua própria inocência. Ora, num estado de direito o cidadão é presumido inocente até que se prove o contrário, e o ônus da prova cabe ao acusador. Caso este não possa provar o que diz cai em crime de calúnia e difamação.
Lula se mostrou muito triste com este tipo de violência anti-democrática.
O comportamento de Geraldo Alckmin é típico daqueles adeptos às práticas dos porões da ditadura.

Lula comentou também sobre o travamento do Congresso que não vota questões de interesse nacional. Lembrou que o Congresso já foi renovado e que já poderia estar trabalhando em questões relevantes independentemente da agenda eleitoral. Iterou que diversas questões importantes como o Prouni e a reforma tributária estão lá para serem votadas mas não seguem adiante. Pior, já poderiam ter sido votadas há vários meses mas ficam na geladeira.

Exaltou o excelente trabalho da Polícia Federal que não deixa pedra sobre pedra. A Polícia Federal neste governo tem um trabalho de inteligência investigativa. Pode demorar um dia, um mês, um ano mas os culpados são sempre encontrados e presos a partir de evidências e provas e não a partir de tortura. A Polícia Federal tem total independência em seus procedimentos. Finalizou este ponto agradecendo a Deus por neste país o presidente não ter poder sobre a Polícia Federal.

Lula foi mais uma vez questionado sobre a desvinculação da imagem do presidente à imagem do Partido dos Trabalhadores. Como sempre a mídia tenta implantar a idéia de que há desalinhamento entre o presidente e o seu partido, ou de ordem ideológica, ou comportamental ou por constrangimento mesmo, ora do presidente com o partido ora do partido com o presidente. Com inteligência e serenidade Lula respondeu que ele não é o candidato do PT, mas de uma coligação de partidos que o apóiam. Desafiou ainda os jornalistas (visivelmente irritados com as respostas do candidato) a irem com ele visitar os confins do Brasil e testemunharem o que é o mar de bandeiras do PT e de outras legendas nos comícios da candidatura, para verem com os próprios olhos se existe mesmo esta desvinculação que alguns temam em pregar.

Os jornalistas tentaram insinuar a existência de um acordo entre as duas principais legendas (PSDB e PT) sobre a questão dos ataques pessoas às famílias dos candidatos. Citaram o caso da Lu Alckmin que possui mais de um milhão de reais em casacos em seu armário doados pela Daslu e colocaram no mesmo balaio de gatos o caso do Lulinha. Na verdade a manobra jornalística foi mesmo para colocar na pauta a questão do “Lulinha”.
Lula respondeu com firmeza: “Nunca houve acordo. Não tenho acordo, tenho procedimento, é assim desde 1989” Lula lembrou que teve a filha exposta a este tipo de manipulação e que sabe muito bem o que é isso na cabeça de uma criança. Houve então grande euforia entre os repórteres que estavam muito nervosos, muitas vezes interrompendo a fala do presidente e quase sem deixa-lo falar. Então um deles insistiu que o filho de Lula havia sido favorecido com o uso de dinheiro público no caso da Telemar.
Lula imediatamente respondeu: “Que dinheiro público? Não tem dinheiro público!”A Telemar foi privatizada pelo PSDB há quase dez anos. É uma empresa privada regida pela economia de mercado. A Telemar tem juridicamente autonomia para decidir de quem quer comprar. Neste momento novamente os jornalistas insistiram sobre a questão afirmando que parte das ações da Telemar foram compradas pelo BNDES e parte pelo fundo Previ. Que são instituições públicas. Segundo os jornalistas isso “estatizava” a Telemar. Lula respondeu que nenhum dos dois tem controle ou voto nas decisões da Telemar e que moralmente, juridicamente, politicamente e comercialmente não há qualquer tipo de irregularidade nisso. Lembrou ainda que a oposição investigou o caso com grande alarde midiático e que nenhuma irregularidade foi encontrada. Lula poderia ter aproveitado para espetar a mídia e esclarecer a população que quem controla a Telemar é o PSDB, através do grupo Jereissati, pertencente ao presidente do PSDB que usa a máquina privada para fomentar a calúnia contra inocentes, num jogo sujo pelo poder.

Sobre a queda de ministros Lula citou José Dirceu e Palocci. Homens públicos que foram escolhidos por suas qualidades de forma tal que poderiam ter sido ministros qualquer que fosse o presidente eleito mas que foram alvo de calúnias, especulações e denúncias que inviabilizavam a permanência destes em seus quadros, sendo este o motivo do afastamento. Um cargo público necessita de transparência. Se há suspeição é necessário o afastamento de quem ocupa o cargo até para que este possa se defender e para que o estado funcione como deve funcionar.

Questões como orçamento, corte de gastos e reformas também foram parte da pauta. Lula tocou em diversos destes pontos. Desafiou qualquer pessoa a encontrar no orçamento da União onde o mesmo pode ser cortado para que se economize os famosos 60 bilhões de reais necessários aos investimentos em infra-estrutura. Informou o quanto a União arrecadou este ano e listou as principais torneiras para onde o dinheiro vai, como por exemplo a previdência social, a saúde, a folha de pagamento, os juros da dívida interna, etc.

Lula enumerou pontos críticos onde aumentou a eficiência do estado:
1- Dobrou o superávit primário em relação ao governo anterior
2- Realizou o maior e mais complexo senso da história da previdência corrigindo distorções graves e desvios de diversos tipos.
3- Encerrou o ciclo de crescimento da dívida pública cortando com força os juros que hoje já são os menores da história. Os juros na era Lula apresentam queda constante, já durante o governo do PSDB apresentavam alta.
4- O Brasil tornou-se atraente para investimentos de capital externo e interno em função dos diversos ajustes macro e micro econômicos. Um desses efeito foi o expressivo fomento ao crédito e micro-crédito favorecendo o maior crescimento do comércio doméstico já observado nos últimos tempos, o maior crescimento industrial em 15 anos. Um ótimo terreno para as Parcerias Público Privadas (PPPs).
São estas algumas das principais bases pelas quais as condições econômicas ideais para o dinheiro necessário ao investimento venha a partir do setor privado.

Perguntado sobre ter perdido a oportunidade de promover avanços no setor de educação, Lula teve um de seus melhores momentos em toda a entrevista.

Citou o número de escolas técnicas criadas, as 10 universidades construídas, os centros de pesquisa, os resultados positivos do Enem, as metas de campanha que foram cumpridas, o enorme sucesso que foi o programa PC Conectado, os avanços importantíssimos na alfabetização, o primeiro ajuste salarial dos professores em mais de dez anos, as centenas de milhares de alunos que hoje cursam bolsas integrais ou parciais em universidades e por último citou um resultado pouco conhecido da maioria:
A olimpíada nacional de matemática. A prática de uma olimpíada nacional de matemática já é conhecida no sistema particular de ensino. Mas isso excluía o ensino público. Houve muito descrédito de especialistas sobre a viabilidade e os resultados que um feito deste tipo atingiria. Contra o descrédito de muitos, mais de 10 milhões de alunos se inscreveram na primeira olimpíada.
A segunda ocorreu agora em 2006 mas seus resultados foram proibidos de serem divulgados pelo TSE.
Por que? Porque mais de 14 milhões de alunos se inscreveram. Após a avaliação, o governo Lula pôde identificar mais de 30 mil crianças pobres com o potencial para a genialidade.
É isso mesmo. O governo Lula através da olimpíada de matemática identificou mais de trinta mil crianças brasileiras que são gênios da matemática. Trinta mil alunos especiais que o Brasil esqueceu, que o Brasil nem tinha noção que existiam.

Os filhos da elite muitas vezes gostam de se ver inspirados por algum tipo de iluminação repetindo frases de filósofos, repassando correspondências eletrônicas nem sempre de autoria comprovada. Mas é bonito de se ver e pega bem para a imagem. Uma dessas famosas frases é uma suposta citação atribuída ao gênio da física Albert Einstein que diz mais ou menos assim: “Alimente um bilhão de seres humanos e você terá um milhão de gênios”
Pois é, Lula saiu do discurso filosófico, não quis repetir frases alheias. Fez diferente do que a direita faz. Fez até mesmo diferente do que a esquerda faz. Lula pôs de lado o discurso retórico e fez na prática aquilo que fingimos sonhar.
Lula herdou a todos nós brasileiros a descoberta de novos 30 mil gênios!

André Furtado

Comentários:
André-
A Veja dessa semana ataca o Lula através do Lulinha...Vem chumbo por aí...
 
Olá Eduardo, fique tranquilo companheiro, tudo o que há pare se dizer a respeito do fantasioso caso "lulinha" já está resumido em minha análise sobre a entrevista no Roda Viva.

Não há mais nada a esclarecer sobre o caso.

O que quer que a Veja tenha publicado é recalque e é notícia requentada.

Não há nada que eles possam fazer para soltar algo bombástico.

Isso é só desespero final deles mesmo.

Saudações socialistas
 
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