terça-feira, setembro 19, 2006
Errar não é humano, depende de quem erra... SAIBA AS ÚLTIMAS SOBRE O DOSSIÊ SERRA
Comunicação, Política, Poder e Dinheiro
Terça, 26 de setembro de 2006, 07h47
Murilo César Ramos
A intensidade da interferência das instituições de comunicação social - imprensa, rádio e televisão - nos processos político-eleitorais é diretamente proporcional à intensidade da ameaça que os resultados daqueles processos possam representar ao êxito continuado dos seus negócios.
O relativo equilíbrio eleitoral que o jornalismo da TV Globo ostenta nas eleições desde 2002, por exemplo, não é obra individual de jornalistas conscientes e objetivos como, por exemplo, Carlos Augusto Schroder e William Bonner, e sim decorrência do movimento geral da política brasileira em direção ao centro do espectro ideológico, que começou a se consolidar desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Quanto mais ao centro e à direita a ideologia, mais estabilidade para o mercado, menos ameaças para os negócios. Quanto mais ao centro e à direita a ideologia, mais rotineiras as disputas eleitorais, que passam a se remeter quase só a opções por pessoas do que por partidos e programas de governo que estejam em pontos divergentes do espectro ideológico.
Tomemos para cenário desta breve análise as duas últimas eleições presidenciais.
Desde a constituição do chamado campo majoritário, em meados dos 1990, o Partido dos Trabalhadores fez clara opção pelo centro ideológico, processo que culminou em 2002 na aliança estratégica à direita com o Partido Liberal, ao qual tinha se filiado o empresário José Alencar para ser candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.
Naquele momento, o PT promoveu uma ruptura com sua ideologia de esquerda original, nascida operária e sindical, e ecleticamente constituída no tempo por diferentes correntes marxistas e cristãs-sociais.
Durante a campanha eleitoral, pressionada pelas pressões especulativas do mercado financeiro globalizado, a candidatura de Lula avançou mais um passo, este inesperado, na direção da centro-direita, ao firmar a Carta aos Brasileiros, pela qual comprometia-se com o ideário macroeconômico neoliberal, monetarista e fiscalista.
Eleito Lula, o PT aprofundou sua caminhada à direita, ao montar maioria parlamentar com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e com o Partido Progressista (PP), que somaram-se aos aliados tradicionais do PT, de centro-esquerda, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Comunista do Brasil (PC do B) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Agora em 2006, em sua recandidatura à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, premido pelo desgaste sofrido por seu partido ao longo do chamado escândalo do mensalão (desgaste agravado nessa reta final de campanha pela tentativa de compra, por quadros petistas, de dossiê que incriminaria José Serra e Geraldo Alckmin na compra superfaturada de ambulâncias, conhecido como o escândalo das sanguessugas), descolou do PT e apresentou-se ao eleitorado de modo claramente suprapartidário.
Ao agir assim, ele confirma a tendência de a política centrista fixar-se mais em nomes do que em partidos e programas, o que é verdadeiro também para seu adversário principal, Geraldo Alckmin, do PSDB coligado com o PFL. É Lula contra Alckmin, e não PT contra PSDB, visto que programaticamente aqueles dois partidos, nas suas recentes práticas de poder, assemelharam-se muito, inclusive no que diz respeito ao que antes, aparentemente, os diferenciava: o apego à ética na política como o valor republicano mais essencial; o valor que separa os que chegam ao poder com o desejo sincero de promover o bem comum, e não apenas o seu próprio bem.
Seja locupletando-se pecuniariamente, pela rendição à corrupção, seja, e ainda acredito que residiu aí o problema principal do PT, colocando mandatos, carreiras políticas e projetos paroquiais de poder à frente da coisa pública.
Com a política assim desideologizada, assentada sobre o centro mas claramente inclinada à direita, as instituições de comunicações podem despreocupar-se com seus destinos empresariais e dedicar-se a cobrir a política e os processos eleitorais de forma atomizada, centrada em supostas qualidades e supostos defeitos dos candidatos individualmente. A objetividade jornalística é tão mais possível quando não se sintam as empresas jornalísticas ameaçadas em seus interesses vitais.
Objetividade à parte, as instituições de comunicação permanecem sempre coerentes com tais interesses, e não poderia ser de outra forma. Os movimentos e Lula e do PT para o dentro e à direita continuam a ser vistos por elas como táticos, ou seja, circunstanciais, ao invés de estratégicos, ou seja, estruturais. Dentre essas instituições, algumas são mais transparentes no que toca a essa visão.
Destaco, no segmento impresso, Veja que, no seu anti-esquerdismo, chega a ser panfletária, o que aprecio mais como qualidade do que como defeito, visto que ela não tenta enganar ninguém, e O Estado de S.Paulo, jamais panfletário, sempre muito consistente com seu conservadorismo, e por isso razoavelmente transparente na sua suposta objetividade.
Já O Globo, se não descamba para o panfletarismo ostensivo de Veja, também não assume o conservadorismo transparente do Estadão. Veste uma roupagem de objetividade mais difícil de ser deslindada. Objetividade que, reconheça-se, é mais consistente do que a da deliberadamente errática Folha de S.Paulo.
A Folha é uma espécie de Chacrinha do jornalismo impresso brasileiro. Desde a implantação do discutido Projeto Folha, ela mais confunde do que explica, tamanho o seu ziguezaguear ideológico. Nenhuma instituição de imprensa brasileira leva mais a sério o bordão de que jornalismo é bater, nos governos principalmente. Mas, só bater por vício, como aparenta ser o caso daquele periódico, não necessariamente conduz à virtude.
Sobre a IstoÉ não vale a pena muito falar, exceto para dizer que Domingo Alzugaray talvez jamais devesse ter abandonado a carreira de galã de fotonovela, iniciada nos anos 50, mas cujo ponto alto, para mim, pelo menos, foi seu desempenho cinematográfico em Meus Amores no Rio, filme de 1959 em que disputou o amor da adorável turista argentina Suzana Freyre com Jardel Filho e Fábio Cardoso.
Resta Carta Capital, a diferente, mas competente revista de Mino Carta. Diferente porque, me parece, mistura em doses equilibradas socialismo com liberalismo. Não conheço Mino pessoalmente, mas ele às vezes me parece herdeiro de Piero Gobetti, de Guido Calogero, de Palmiro Togliatti, de Norberto Bobbio, e mesmo um pouco de Antonio Gramsci - os fascinantes italianos que, cada um a seu modo, fizeram história no século XX com o que, nos anos 1970, tomou, na política, a forma de um instigante eurocomunismo.
Mas é na radiodifusão, na televisão principalmente, porque a mais conspícua e influente força política do campo da comunicação, que a lealdade das instituições de comunicação aos seus interesses vitais se manifesta com mais vigor.
Trata-se afinal do maior mercado setorial. Mercado em que pontifica comercialmente a Rede Globo de Televisão. Rede Globo que, na política, só enfrenta alguma competição da Rede Bandeirantes, visto que Record e SBT estão mais preocupadas, respectivamente, com seus evangelismos religioso e consumista. Tomemos, pois, a Globo como paradigma.
Ela é paradigmática porque poucas instituições de comunicação no capitalismo estiveram sempre tão envolvidas com a política e, em especial, com a política eleitoral. A Globo não quis eleições diretas nos estertores da ditadura, como quis evitar, por meio da fraude, a eleição de Leonel Brizola para governador do Rio de Janeiro em 1982.
A Globo não queria Lula em 1989, por isso optou por Fernando Collor de Mello. Antes, porém, da opção clara pelo instável alagoano, a Globo quis Mário Covas e até Guilherme Afif Domingos. De Mário Covas a Globo arrancou um hoje célebre discurso, em que o estatizante tucano assumia nova fé no livre-cambismo, apregoando a necessidade para o Brasil de um choque de capitalismo (um pouco meio assim como Geraldo Alckmin apregoa hoje um certo choque de gestão). A Globo amou Fernando Henrique Cardoso, que correu pouco perigo contra Lula, e a Globo acolheu com ressalvas, em 2002, o inarredável favoritismo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas, nem dezenas de Cartas aos Brasileiros, nem um ministério só de Henriques Meirelles; nem mesmo a adesão do PFL à base de sustentação de um segundo governo Lula, arredariam o fato de que para a Globo, a Band, o SBT, a Record, a Folha, a Veja, o Estadão, e o Globo, um Geraldo Alckmin será sempre um candidato mais seguro, porque mais liberista, mais elitizado, elitizante e elitista. Este é o limite último da sempre mítica objetividade jornalística.
Comunicação é poder. Volto ao truísmo clássico, para concluir esta análise sobre a relação entre comunicação e política no atual momento político-partidário brasileiro. A política, por sua vez, é o exercício do poder em seu estado mais puro. Comunicação é, portanto, política. Mas, tanto quanto a política pode estar distante da lealdade essencial à coisa pública, podem igualmente estar as instituições de comunicação.
O dinheiro é a razão de ser mais vital dos negócios, inclusive dos negócios da comunicação. O dinheiro não deveria ser a razão vital da política. Mas o dinheiro costuma ser também a razão vital da política. O dinheiro poderá domingo derrotar Lula, porque Lula e muitos de seus mais fiéis companheiros, não souberam, ou não quiseram, isolar a política do dinheiro.
Democracia não se faz sem dinheiro.Mas só com dinheiro não se faz democracia.
Comunicação não se faz dinheiro.Mas só com dinheiro não se fazem na comunicação instituições democráticas.
Murilo César Ramos é jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Coordena na UnB o Laboratório de Políticas de Comunicação e o Grupo Interdisciplinar de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações. É sócio da Ecco / Consultoria em Comunicações.
Terra Magazine http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1157192-EI6794,00.html
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Eleições 2006
Terça, 26 de setembro de 2006, 08h36 Atualizada às 08h52
Peritos não encontram escuta ilegal em linhas do TSE
O Instituto Nacional de Criminalística não encontrou escutas ilegais nas linhas telefônicas utilizadas por ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive do presidente Marco Aurélio Mello. De acordo com a rádio CBN, o laudo do Instituto fará parte do inquérito que a Polícia Federal deve concluir amanhã.
Além de Marco Aurélio, teriam sido monitorados de forma ilegal os ministros Cezar Peluso e Marcelo Ribeiro, segundo informações do TSE. Os grampos foram detectados durante rastreamento feito por empresa especializada contratada pelo tribunal eleitoral na semana passada.
A investigação foi instaurada por solicitação do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em atendimento à solicitação encaminhada pelo presidente do TSE.
A investigação foi conduzida pela Área de Contra-Inteligência da Diretoria de Inteligência do órgão, segundo a assessoria de imprensa da PF.
Redação Terra http://noticias.terra.com.br/eleicoes2006/interna/0,,OI1158648-EI6651,00.html
25/09/2006 - 17:15
Parcialidade: Procurador tem histórico pró-tucanos e anti-PT
O procurador do Ministério Público Federal em Cuiabá (MT), Mário Lúcio Avelar, voltou a freqüentar o noticiário político nacional com atos e declarações que, mais uma vez, o colocam sob suspeita de agir em benefício do PSDB e deliberadamente contra o PT e o governo Lula.
Avelar é o responsável, no MP, pela investigação sobre a máfia dos sanguessugas, motivo pelo qual também apura o episódio da tentativa de compra de documentos ligando o ex-ministro José Serra ao esquema.
Na semana passada, Avelar pediu a prisão preventiva de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, e comunicou a imprensa sobre o fato. Freud havia sido acusado de participação da operação e já tinha deposto, espontaneamente, na Polícia Federal.
Por absoluta falta de provas e de consistência na acusação, a PF liberou o ex-assessor. Mas Avelar insistiu no pedido de prisão, que acabou negado pelo juiz Marcos Alves Tavares, da 2ª Vara Federal.
Em sua justificativa, Tavares considerou "no mínimo estranho e contraproducente” que um pedido de prisão temporária fosse divulgado na imprensa antes de sua análise pelo juízo.
Nos últimos dias, Avelar voltou à carga, afirmando aos jornais que os depoimentos dos envolvidos no caso “foram combinados” para dificultar a investigação. Ele também criticou a “atuação lenta” da PF e insinuou que o dinheiro da operação poderia ter vindo do governo.
A história de Avelar ajuda a explicar seu comportamento. Na campanha de 2002, por exemplo, ele e outro procurador, José Roberto Santoro, estiveram envolvidos no caso que implodiu a candidatura de Roseana Sarney (PFL) à Presidência da República, quando foram encontrados R$ 1,34 milhão na sede da empresa Lunus, da qual era sócia. Na época, Roseana ameaça ir para o segundo turno no lugar de Serra, que também disputava o cargo.
A dupla voltaria a atuar no episódio da fita que mostra Waldomiro Diniz pedindo propina para Carlos Cachoeira. A fita é de 2002 e refere-se a fatos ocorridos no Rio de Janeiro, mas só veio a público em 2004, quando Waldomiro trabalhava em Brasília como assessor parlamentar da Casa Civil.
Segundo o noticiário da ocasião, Santoro pressionou Cachoeira para que entregasse a fita original, argumentando que a cópia passada pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) não era uma prova lícita. Paes de Barro, hoje, está na lista dos suspeitos de integrar a máfia das ambulâncias.
Por conta dessa suspeita (a de que teriam obtido provas de maneira ilícita), Avelar e Santoro respondem a sindicância interna na Procuradoria-Geral da República.
Avelar está também no centro da prisão equivocada do diretor de florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel, ocorrida em 2 de junho do ano passado, imediatamente identificado como petista.
Depois de ficar cinco dias detido, a pedido de Avelar, Hummel foi solto por falta de provas. A PF concluiu que, ao contrário do que havia dito o procurador, nada havia contra ele.
Avelar alegou que a prisão se justificava porque Hummel não teria evitado “práticas lesivas ao país”, ao supostamente aprovar 197 planos de manejo de madeiras em terras indígenas e unidades de conservação.
fonte: http://www.pt.org.br/site/noticias/noticias_int.asp?cod=45387
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Segunda, 25 de setembro de 2006, 20h21

PT: procurador beneficia PSDB no "dossiê Serra"
Em matéria divulgada nesta segunda no site do PT, o partido levanta suspeitas sobre a atuação do procurador do Ministério Público Federal em Cuiabá (MT), Mário Lúcio Avelar, na investigação sobre a máfia dos sanguessugas e sobre a compra de um suposto dossiê contra candidatos tucanos. Segundo a matéria publicada, o procurador estaria agindo a favor do PSDB e contra "o PT e o governo Lula".
Segundo a matéria, a "história de Avelar ajuda a explicar seu comportamento". O PT afirma que o procurador atuou, em 2002, na investigação do dinheiro encontrado na sede de uma empresa da qual era sócia a senadora Roseana Sarney (PFL), na época candidata à Presidência. Para o partido, a candidatura de Roseana foi "implodida" porque ela ameaçava ir para o segundo turno no lugar do tucano José Serra, que também disputava o cargo.
Avelar teria atuado ainda no caso Waldomiro Diniz. Segundo a matéria publicada no site, a fita que mostra a negociação é de 2002, "mas só veio a público em 2004, quando Waldomiro trabalhava em Brasília como assessor parlamentar da Casa Civil". O PT afirma também que Avelar sofreu uma sindicância interna na Procuradoria-Geral da República por suspeita de obter provas de maneira ilícita nesta investigação.
A matéria afirma ainda que o procurador pediu a prisão preventiva de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, e comunicou o fato à imprensa. Freud, acusado de participação no "dossiê Serra", já havia deposto na Polícia Federal espontaneamente. Segundo o PT, o juiz que negou o pedido de prisão disse que era "no mínimo estranho e contraproducente" que ele fosse divulgado antes de sua análise pelo juízo.
O partido acusa ainda o procurador de der declarado à imprensa que os depoimentos dos envolvidos no caso "foram combinados" e que a atuação da PF tem sido lenta.
Destaques da semana:
Vídeos do dossie:
JOSÉ SERRA E OS SANGUESSUGAS PARTE 1:
http://www.youtube.com/watch?v=H7gUqrTfP3A
JOSÉ SERRA E OS SANGUESSUGAS PARTE 2:
http://www.youtube.com/watch?v=-sf65Yhe9LE
JOSÉ SERRA E OS SANGUESSUGAS PARTE 3:
http://www.youtube.com/watch?v=9TDscV5emtA&mode=related&search=
(VIDEO LEGENDADO)
SERRA NA ISTO É:
http://www.quidnovi.com.br/foto/noticia357.pdf
Material fornecido por André de Andrade
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BOMBA!
acaba da ser publicado no site de notícias Quidnovi (http://www.quidnovi.com.br/)
EXCLUSIVO: PF e MP, que ouvem depoimento de Vedoin, apuram armadilha do empresário contra o PT
por Mino Pedrosa
Quando sentar esta tarde, em Cuiabá, diante do procurador da República Mário Lúcio Avelar e do delegado federal Diógenes Curado Filho, que conduzem as investigações contra a Máfia das Sanguessugas e que tentam apurar a origem e o destino do dossiê contra o ex-ministro da Saúde José Serra, o empresário Luiz Antônio Vedoin será confrontado com degravações de escutas telefônicas e com transações financeiras que o ligam diretamente ao empreiteiro paulista Abel Pereira. O depoimento de Vedoin está marcado para se iniciar às 14h30min locais, 15h30min em Brasília.
O encontro entre Luiz Antônio Vedoin, homem que confessou ser corruptor de parlamentares e prefeitos e que pagava propinas para ver inscritas no Orçamento e depois liberadas pelo Governo Federal emendas destinadas a fazer com que órgãos públicos lhe comprassem ambulâncias, será constrangedor para o empresário e para uma ninhada de políticos tucanos. As conversas entre Abel Pereira e Vedoin são antigas, mas se intensificaram antes do primeiro depoimento de Luiz Antônio Vedoin e de Darci Vedoin aos procuradores da República, no Mato Grosso, e aos integrantes da CPI das Sanguessugas. Isso remonta ao início do escândalo em curso, há cerca de quatro meses. Nesses depoimentos, os Vedoins driblavam perguntas que se referiam aos ex-ministros José Serra e Barjas Negri, titulares da pasta da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso, e chegaram mesmo a assegurar que os tucanos e o empresário Abel Pereira eram "corretos". Isso se deu durante o depoimento aos parlamentares da CPI.
Policiais federais e procuradores da República têm em mãos pagamentos cruzados entre Abel Pereira e os Vedoins. Pereira é dono da empreiteira Cicat, de Piracicaba, cidade do interior paulista administrada pelo hoje prefeito Barjas Negri. Na entrevista que concedeu à revista Istoé, na semana passada, e que também é objeto de investigação, Luiz Antonio Vedoin implicou Pereira no caso dizendo que, durante as gestões de Serra e de Negri no Ministério da Saúde, o empreiteiro piracicabano ficava com 10% do valor das liberações orçamentárias destinadas a emendas que tinham por objetivo financiar a compra de ambulâncias em municípios. Nas gestões de Serra e Negri foram entregues mais de 70% das ambulâncias fornecidas pela Planam, empresa de Vedoin, aos municípios brasileiros.
As ligações e os encontros recentes entre Luiz Antônio e Darci Vedoin e o empreiteiro Abel Pereira tornam-se relevantes para Polícia Federal e para o Ministério Público porque sustentam aquela que é a viga-mestra das investigações sobre o dossiê contra José Serra. O QuidNovi relata a seguir os passos dessas investigações e ressalta que essa é a tese central do que está sendo apurado. A ser verdade, o que emergirá desse submundo é péssimo tanto para o PT, que já tem sua participação comprovada no episódio restando apenas ser revelado o nome do pagador do dossiê pelas bandas petistas, quanto para o PSDB, que pode ter mergulhado tão fundo quanto os adversários eleitorais no submundo do crime e dos papelórios:
1. Ao começarem a surgir as primeiras investigações e notícias contra a Planam e os Vedoins, Abel Pereira procurou os amigos empresários no Mato Grosso para assegurar que nem seu nome nem o de seus amigos -- leia-se, tucanos em geral e Serra e Negri em particular -- não seriam declinados nos depoimentos. As "relações comerciais e financeiras" recentes entre eles podem ter sido motivadas por isso?
2. Os Vedoins teriam cumprido o acordo? A PF e o MP crêem que sim, pois as denúncias foram seletivas em relação a parlamentares e a ex-ministros do PSDB. Eles não denunciaram nada ligado às gestões tucanas na Saúde nos depoimentos judiciais e, apertados pelos petistas na CPI, negaram-nas. A partir daí, as denúncias oriundas das sanguessugas passaram a causar muito estrago no Congresso, em geral, e em candidaturas petistas, em particular.
3. Expedito Veloso, diretor do Banco do Brasil que estava licenciado para trabalhar na campanha reeleitoral de Lula e foi demitido ontem, teria vasculhado registros bancários dos Vedoins e da Planam -- ilegalmente -- e teria organizado um calhamaço de provas que revelariam ligações financeiras entre as empresas dos sanguessugas e o empreiteiro piracicabano Abel Pereira. Hoje, 21 de setembro, o repórter Ugo Braga, do jornal Correio Braziliense, revela a existência de um cheque comprometedor vinculando Abel e Luiz Antônio. Com esse papelório nas mãos, Veloso teria procurado os Vedoins e proposto uma entrevista fechando o elo entre a máfia e o PSDB. Apresentado às evidências de que haveria como se provar suas ligações com o PSDB, os Vedoins aceitaram dar a entrevista "pautada" pelos petistas mas teriam pedido dinheiro para isso. O PT teria aceitado pagar e teria acertado que colocaria a entrevista em uma revista. A idéia era usar a Época e, agregada a ela, a Rede Globo -- daí a necessidade de reunir DVDs com imagens. Um repórter de Época foi então procurado por Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti. Luiz Antônio Vedoin, que já havia sido colocado sob suspeição de "jogo duplo" pela revista, recusou-se a dar entrevista para a publicação da Editora Globo. Foi então que Hamilton Lacerda procurou a revista Istoé pessoalmente. Ele, que era até ontem coordenador de comunicação da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, foi à redação da Editora Três em São Paulo e se reuniu com o redator-chefe Mário Simas Filho e mais três editores. Lacerda sugeriu a pauta e propôs-se a ser o contato entre os Vedoins e a revista. Ao chegar a Cuiabá, Simas Filho foi apresentado a Oswaldo Bargas. Bargas, Expedito Veloso e o advogado Otto Medeiros acompanharam a entrevista de Istoé com Luiz Antônio e Darci Vedoin. Os petistas gravaram a entrevista.
4. Depois de mandar o texto para a sede da publicação em São Paulo, Simas Filho regressou à capital paulista em um vôo com escala em Brasília. Bargas e Expedito desceram em Brasília. Àquele momento, a PF já havia prendido Paulo Roberto Trevisan, tio de Luiz Antonio Vedoin, e se dirigia a um hotel em São Paulo para prender Gidemar Passos Valdebran Nascimento. Trevisan tinha em mãos DVDs e fotos de Alckmin, Serra e Negri em entregas oficiais de ambulâncias da Planam. Ia a São Paulo entregá-las a Gidemar e receber o montante acertado com o PT. A PF, quando recebeu a denúncia da presença dos petistas Gidemar e Valdebran no hotel em São Paulo recebeu-a completa: local, apartamento e valor de recursos. que estavam lá Por isso a ação foi tão rápida. E é isso que procuradores e policiais querem saber hoje à tarde: Luiz Antonio Vedoin, ele mesmo, teria sido o responsável por fazer o esquema petista cair tão rápido? Em caso positivo, por que? Os telefonemas e contatos trocados entre ele e Abel Pereira seriam o motivo dessa celeridade?
Essas são as questões que PF e MP querem responder, hoje à tarde, com Luiz Antônio Vedoin. O empresário, que é corrupto confesso, está em maus lençóis na Produradoria da República e na Polícia Federal, que crêem terem sido passadas para trás no acordo de delação premiada com os Vedoins. Caso exista, de fato, um elo entre o PSDB e as denúncias seletivas e os silêncios oportunistas dos Vedoins, isso não tira a relevância da descoberta que pode ser letal para o PT: de quem era o dinheiro que pagaria, em nome do partido do presidente, o dossiê? Mas, responder a essa pergunta, não pode tirar o foco da apuração sobre o conteúdo do dossiê. Ele é falso ou verdadeiro?
AlydaO Informante
material fornecido por Lilian Vaz do grupo Izquierda Unida
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A Ridícula Lenda do Dossiê
Escrito por Eduardo Guimarães (http://edu.guim.blog.uol.com.br/)
Lula estava desesperado. Precisava, de qualquer maneira, de uma grande denúncia contra seu adversário Geraldo Alckmin e contra o candidato a governador de São Paulo, José Serra. Eles estavam nadando de braçada. Alckmin já tinha garantida a eleição para presidente em primeiro turno e, por outro lado, Lula tinha muito a ganhar atacando um candidato a governador.
Assim, o presidente da República mandou um seu auxiliar procurar algum dossiê demolidor contra Alckmin e Serra. Achou. Havia um dossiê à venda com informações que ninguém tinha e que não deixava sombra de dúvida de que os tucanos estiveram envolvidos com a máfia dos sanguessugas. E o tal dossiê era tão "bom" que seus donos o colocaram à venda por quase dois milhões de reais. Então, Lula mandou desviarem dinheiro público para comprar o dossiê, pois sua reeleição já estava praticamente perdida e ele nada teria a perder...
O que você leu acima é a Lenda do Dossiê.
Estão tentando vendê-la ao eleitorado a pouco menos de duas semanas da eleição presidencial.
Quem pensa ter sucesso com uma história maluca dessas
deve estar fumando ou cheirando alguma substância muito tóxica, vocês não acham?
material fornecido por Lilian Vaz do grupo Izquierda Unida
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Uma bomba de fragmentação
Em mais uma de suas cartas domingueiras, meu amigo Saul Leblon pergunta: porque o PT iria comprar um suposto dossiê com denúncias que já estavam feitas, encaminhadas à Polícia Federal e a uma revista de circulação nacional?
Flávio Aguiar é professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo (USP) e editor da TV Carta Maior.
Meu amigo Saul Leblon continua com suas cartas domingueiras:
“Meu caro Flávio. Eu previra dias atrás que viveríamos momentos irrespiráveis neste final de eleição. Previ certo. Veja este novo caso envolvendo sanguessugas, o ex-ministro da Saúde, uma dupla de vendedores, e uma dupla de compradores que não se sabe ao certo de onde saíram, mais uma pequena montanha de dinheiro pronta para a foto, como aconteceu no caso de Roseana Sarney há quatro anos.
A primeira coisa a notar é que mesma imprensa que tudo fez, há poucos meses, para crucificar o também ex-ministro Humberto Costa, acusado também pelos Vedoin, agora tudo faz para tirar do foco o ex-ministro Serra.
Neste caso, como em outros de igual opacidade. as perguntas são mais interessantes do que as respostas.
Por que o PT iria comprar um suposto dossiê com denúncias que já estavam feitas, já estavam encaminhadas à Polícia Federal e a uma revista de circulação nacional mediante entrevista?
Por que o PT chamaria pessoas de fora para avaliar o conteúdo das fitas e do que mais houvesse no dossiê?
Se fosse verdade que um dos viajantes endinheirados teve contatos e negociações com um assessor da presidência da República, é verossímil que mal se lembre do nome dele, citando-o de forma deformada?
Por que o teor dos interrogatórios num caso supostamente de tamanha gravidade foram logo parar nas mãos de jornalistas? Haverá facções em disputa na própria Polícia Federal? Como diz ditado sertanejo, Deus come com mansura, já o Diabo é que sai lambendo o prato.
Por que, mal se soube do caso, candidatos da oposição já saíram batendo na tecla: “queremos as fotos”?
Bom, pelo menos esta última é de fácil resposta, graças ao caso Roseana. Naquela época a candidata crescia vertiginosamente nas pesquisas, deixando o mesmo ex-ministro da Saúde ora acusado na rabeira, ameaçado de sequer ir para o segundo turno. Numa operação de surpresa, a Polícia Federal invadiu seu escritório, descobriu e fotografou a pilha de dinheiro. Numa outra operação relâmpago as fotos e os detalhes foram para uma revista nacional que saiu praticamente no dia seguinte, e a candidatura de Roseana afundou espetacularmente. Nunca se esclareceu direito como se deu essa conjugação de operações-relâmpago.
Naquele episódio a vítima foi uma só: a candidata. Nesse de agora, os efeitos pretendidos até o momento se parecem mais com os de uma bomba de fragmentação. O primeiro atingido, apesar dos esforços em contrário, é o ex-ministro Serra. Estas denúncias, como tantas outras contra tantas outras pessoas, ficam-lhe cravadas como uma estaca no coração. É só mexer que dói. As fitas e as fotos estão em vasta divulgação pela internet. Como é comum nestes casos, termina acontecendo a deformação de que é o acusado que tem que provar a sua inocência. Ele provavelmente vai continuar favorito nas pesquisas. Mas o paletó fica ensangüentado, não adianta.
A outra vítima pretendida pelo caso é o presidente Luís Inácio Lula da Silva. A acusação contra o assessor Freud Godoy quer arrastá-lo para a foto junto da manchete, e ainda, de quebra, com a terceira vítima, o PT. Dias atrás eu lembrava que quereriam por a digital do presidente Lula até em cadáver, se fosse o caso. Como até agora não apareceu um cadáver adequado, pilha de dinheiro também serve. Só que a foto até agora não saiu, o que está frustrando os corações e as mentes dos mais assanhados nas oposições. O cálculo destes na corrida presidencial ora se restringe a obter mais uns dez milhões de votos para garantir o segundo turno, sobretudo nas classes médias e abastadas, onde o índice de preferência por Lula ainda os incomoda demais.
Essa bomba de fragmentação pode ter várias explicações. Uma delas seria a de uma vasta conspiração visando virar uma eleição que já parece decidida, pelo menos para os mais afoitos. A outra, no meu entender, Flávio, mais provável, é a de uma série de pequenas conspirações com objetivos variados, de obter algum dinheiro em troca de informação classificada, de montar uma cadeia de chantagem contra candidatos, até mesmo a de envolver o nome do Presidente da República em mais um escândalo às vésperas da eleição, que de repente se cristaliza e sai do controle de todo mundo. Pode ser até que o elemento que deflagrou essa precipitação tenha sido mesmo a entrevista dada à revista Isto É, expondo às claras o que já tinha sido noticiado com discrição nas páginas da imprensa conservadora (que estampavam com estardalhaço as denúncias contra Humberto Costa) que o caso de corrupção em tela começou durante o governo anterior, ainda que isso não implique necessariamente a participação de ministro algum. Ou talvez só no de papagaio de pirata.
Bom, Flávio, ficam duas perguntas ainda:
Qual a credibilidade que resta para a palavra dos denunciantes Vedoin?
E, como diziam os romanos, cui prodest? Quem lucra?”
Ah, este velho Leblon e suas perguntas...
material fornecido por Lilian Vaz do grupo Izquierda Unida
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Sexta, 22 de setembro de 2006, 02h54 Atualizada às 05h30
Vedoin desqualifica dossiê
O empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como o chefe da máfia dos sanguessugas, voltou atrás em relação à entrevista concedida à revista IstoÉ e, em depoimento à Polícia Federal em Cuiabá (MT), isentou nesta quinta-feira o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, de qualquer envolvimento com o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas durante sua gestão no Ministério da Saúde. Ao falar sobre o dossiê contra Serra, que teria negociado com o PT, Vedoin desqualificou o documento, dizendo que o mesmo não apresenta nada de novo. E voltou a envolver o sucessor de Serra na pasta da Saúde, o tucano Barjas Negri, ao acusar o empresário Abel Pereira, ex-braço-direito de Negri, de negociar propinas para direcionar emendas parlamentares.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Luiz Vedoin também disse que receberia somente R$ 1 milhão do R$1,7 milhão encontrado na semana passada, em São Paulo, com os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Vedoin disse ter cobrado de Valdebran, há cerca de 90 dias, quando estava preso em Cuiabá, R$ 700 mil referentes à compra de emendas ao Orçamento. Valdebran teria concordado em pagar o dinheiro e um pouco mais, em troca do dossiê. Vedoin voltou para a cadeia com a descoberta dos documentos contra Serra, acusado de ocultar provas, enquanto Veldebran e Gedimar chegaram a ser presos, mas acabaram liberados medidante decisão judicial.
No depoimento, Vedoin isentou ainda o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) de participação no esquema. Quanto a Barjas Negri (atual prefeito do município paulista de Piracicaba), o empresário acusou Abel Pereira de receber propina referente à liberação de recursos pendentes na gestão de Negri, para a compra irregular de ambulâncias.
"Abel é ligado a Barjas", declarou Vedoin no depoimento, durante o qual entregou documentação que comprometeria Abel. Segundo o empresário, quatro folhas de papel do dossiê contra os tucanos contêm relação de prefeituras, de emendas ao Orçamento e da porcentagem de propina referentes a acertos com Abel na compra de ambulâncias.
Procurado pela reportagem para rebater as acusações, Abel Pereira não foi localizado. O empresário tucano, que procurou Vedoin no último dia 14 em Cuiabá, de acordo com escutas realizadas pela PF, já tinha negado qualquer envolvimento com os sanguessugas.
Dono da Planam, principal operadora do esquema, Vedoin disse que foi procurado na "semana retrasada" por Valdebran, Gedimar e o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso para tratar do dossiê.
Luiz Vedoin nega que tenha cobrado pela entrevista concedida à IstoÉ, mas acusou Valdebran de ter feito o contato com a revista. De acordo com o empresário, o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso presenciou a entrevista. Veloso se afastou do cargo na estatal ao ver seu nome envolvido nas negociações para a compra do dossiê.
Redação Terra >> http://noticias.terra.com.br/eleicoes2006/interna/0,,OI1152046-EI6651,00.html
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Quinta, 21 de setembro de 2006, 20h10 Atualizada às 20h35
Vox Populi: Lula atinge 51% e vence no 1º turno
Pesquisa Vox Populi divulgada nesta quinta-feira pelo Jornal da Band aponta que a notícia de compra do dossiê envolvendo candidatos tucanos não mudou o cenário eleitoral de intenções de votos. Se as eleições fossem hoje, o presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), venceria o pleito no 1º turno, com 51%. Geraldo Alckmin (PSDB) alcançou 27%, seguido de Heloísa Helena (Psol), com 6%, e Cristovam Buarque (PDT), com 1%. José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL) e Ana Maria Rangel (PRP) não pontuaram. Brancos e nulos somam 5% e 10% não souberam ou não opinaram. A pesquisa, encomendada pela Rede Bandeirantes e revista Carta Capital, ouviu 2 mil eleitores entre os dias 16 e 19 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é número 18063/2006.
fonte: http://noticias.terra.com.br/eleicoes2006/interna/0,,OI1151711-EI6652,00.html
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Dossiê Serra:
CUT condena "parcialidade escandalosa" da mídia
Em nota divulgada nesta quarta-feira (20), a CUT (Central Única dos Trabalhadores) cobra a apuração das denúncias do dossiê sobre o envolvimento do ex-ministro José Serra na Máfia das Ambulâncias. Segundo a central, é preciso moralizar o processo de investigação, evitando o clima de chantagens.
Leia abaixo a íntegra da nota:
A CUT exige a apuração dos fatos, de todos os fatos
A CUT condena qualquer tipo de chantagem e exige que todos os fatos relacionados ao chamado dossiê das sanguessugas sejam apurados com isenção, e aqueles que tiverem responsabilidade comprovada no caso, punidos. Isso inclui a revelação de todo o conteúdo do suposto dossiê. A CUT não aceita que apenas um dos lados dessa questão seja objeto de investigação e debate público, como vem acontecendo nos últimos dias. Afinal, existe ou não o dossiê? Se a resposta for positiva, os poderes instituídos e a imprensa têm o dever de revelá-lo à opinião pública e identificar as irregularidades nele contidas.
Se apenas uma das facetas desse caso tiver exposição pública, ficará configurado no episódio uma tentativa de instalar o caos, com vistas a aventuras golpistas que ameaçam romper as regras democráticas. Acima de tudo, a manutenção dessa parcialidade escandalosa, a poucas semanas das eleições, é um menosprezo à opinião popular, expressa nos altos índices de aprovação do governo Lula.
Em momentos como esse que vivemos, é importante também que os poderes da República preservem sua independência, em defesa do Estado de Direito, e não se coloquem a serviço de partidos.
A vontade popular é soberana e não pode ser violada sob nenhum pretexto.
Texto gentilmente fornecido pela companheira Lilian Vaz do grupo Izquierda Unida >> http://brasileiristas.blogspot.com
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Dizem que os jornais são formadores de opinião.
É possível.
Dizem que você como ser-humano tem direito a escolhas.
É possível.
Bom, diante disso tudo, aqueles que tomarem esta mágica decisão interior: A Escolha, precisam se perguntar > E agora?
Pois é. Em meio a tantos jornais, como saber qual é a melhor escolha? Não é fácil responder esta pergunta. Até porque esta resposta é sensível a flutuações.
Mas existem alternativas. Uma boa pista é se perguntar: O que lêem os grandes? As mulheres executivas, os diretores de empresas, os tomadores de decisões?
Eles lêem a Folha de São Paulo, O Globo, o Estadão? Eventualmente.
Então, o que eles lêem? Certamente não lêem Caros Amigos, Carta Capital, Adital, ou qualquer coisa alinhada com a esquerda. Eles lêem jornais da direita conservadora obviamente.
Então, com vocês a escolha:
Veja esta notícia Jornal do Commercio Brasil impressa em 18 de setembro de 2006
:: País
Jorge Hage - Controlador Geral da União
"Nunca houve tanta investigação"
Hérica Christian do Jornal do Commercio
O Controlador Geral da União, ministro Jorge Hage, responsável por investigar o desvio de recursos públicos, apelou por mudanças na Constituição para punir todos os políticos que se envolveram em caso de irregularidades. Para o ministro, a justiça brasileira é lenta, o que permite a reeleição de muitos deles. Advogado por formação e ex-deputado federal durante a Assembléia Nacional Constituinte, Hage também comenta a tentativa da oposição de vincular a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com denúncias de corrupção. O ministro lembra que os desmandos nos cofres públicos já existiam em governos anteriores. "Tudo que está aí é como se fosse um esgoto, uma podridão que estava há muito tempo tampada. O que estamos fazendo é tirar a tampa," disse.
JORNAL DO COMMERCIO - Como o senhor avalia a provável permissão para que os "deputados sanguessugas" disputem essas eleições? O Tribunal Superior Eleitoral deve liberar essas candidaturas sob o argum ento de que a Constituição não permite condenações sem um último julgamento.
Jorge Hage - Não posso fazer uma crítica ao TSE por isso. Mas levamos a um enorme exagero a aplicação de princípios como o da presunção da inocência e o princípio da ampla defesa e do contraditório. Por quê? Porque com a lentidão inevitável do Poder Judiciário pelo volume de recursos que existe em nosso sistema, se formos aguardar a condenação e o trânsito em julgado antes de podermos impedir candidaturas, não vamos impedir candidatura nenhuma. Não vamos impedir nenhum corrupto de participar de eleição e ser eleito. Ou seja, o que precisa mudar não é a posição do TSE. É a lei e a interpretação dos princípios constitucionais que estão sendo levados ao extremo.
JORNAL DO COMMERCIO - O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, já responsabilizou o Congresso Nacional pela candidatura não somente dos sanguessugas mas também de muitos outros políticos com problemas na Justiça. Segundo ele, tramita há 12 anos uma proposta para alterar a lei da inelegibilidade. O senhor acredi ta que o Congresso vai cortar na própria carne?
Jorge Hage - Vemos iniciativas de determinados parlamentares que pretendem agravar a situação. Vimos o projeto que reduz a cinco dias o prazo que o Ministério Público teria para impugnar as candidaturas de quem compra votos. Isso é o mesmo que você decretar a impunidade completa. Existem parlamentares que ainda lutam para dificultar ainda mais a possibilidade de punição. É preciso uma pressão da opinião pública para que o Congresso, se não for esse, que seja o próximo, que reduza esse mecanismo de excessiva barragem da possibilidade da persecussão criminal e de retardamento da condenação. Senão, não mudaremos nunca a sensação e cultura da impunidade nesse país.
JORNAL DO COMMERCIO - Qual é o sentimento que o senhor tem na condição de Corregedor Geral da União de ver alguns desses políticos se candidatando só para se proteger atrás do mandato?
Jorge Hage - A minha sensação não é de desalento porque não podemos desistir. Minha disposição é de a gente continuar nessa luta e pregação pela redução do excesso de formalismo e da exacerbação de princípios válidos. Acho que eles estão sendo levados ao extremo e usados para defender bandidos, como é o caso da presunção da inocência.
JORNAL DO COMMERCIO - A Controladoria Geral da União tem feitas muitas investigações por meio de sorteio de prefeituras que recebem dinheiro público. Qual é a maior dificuldade?
Jorge Hage - O fato de darmos a divulgação imediata de todos os casos de irregularidades. Somos às vezes criticados por estarmos divulgando antes da condenação final pelos tribunais. Mas paciência. Entendemos que a população tem direito ao conhecimento imediato para que ela possa, quem sabe, punir do ponto de vista social, político e eleitoral. Uma vez que a punição judicial vai ainda demorar tantos anos.
JORNAL DO COMMERCIO - A oposição está usando a corrupção no governo na campanha eleitoral. Argumentam que nunca existiram tantos casos como no atual governo. Como o senhor avalia esse tipo de provocação?
Jorge Hage - O que nós vemos é que nunca houve tanta investigação, fiscalização e descoberta de irregularidade como está havendo agora exatamente porque o governo Lula é o primeiro governo que autorizou a Polícia Federal a trabalhar livremente, que permitiu que o Ministério Público atue livremente, não engavetando os processos como acontecia no governo passado. O ex-presidente FHC reconduziu o mesmo Procurador Geral da República durante oito anos ficando conhecido como Engavetador-geral da República. E o governo do presidente Lula, além de equipar a Polícia Federal, ele consolidou a CGU e nos deu inteira liberdade para fiscalizar, investigar e descobrir a podridão que estava ai há muitos anos.
JORNAL DO COMMERCIO - Mas o número de casos que vieram à tona é maior agora. PSDB e PFL já usam o escândalo do mensalão, caixa dois de campanha e sanguessugas na propaganda eleitoral. A estratégia está errada porque o presidente Lula continua liderando as pesquisas?
Jorge Hage - Não há nenhum dos casos que estão vindo à luz agora que tenha tido início no governo Lula em 2003. A única coisa que começou agora foi a investigação e a descoberta porque as sanguessugas estão ai desde a década de 80 ou 90. Os vampiros estão ai desde a década de 90 comprovadamente. O inquérito conjunto da PF e CGU demonstrou isso com todas as letras. Estão lá nomes de autoridades que ocupavam o Ministério da Saúde no governo anterior diretamente comprometidos com os problemas dos vampiros e das sanguessugas. Tudo que está aí é como se fosse um esgoto, uma podridão que estava há muito tempo tampada. O que estamos fazendo é tirar a tampa.