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quinta-feira, agosto 31, 2006

Um velho mas emocionante coração de estudante

O Vilão sou Eu?

Wagner Tiso

Acho que posso dizer, com orgulho, que sou um artista com vínculos pré-históricos com o Partido dos Trabalhadores. Mas nunca ofereci, em sacrifício, a minha independência para pensar. O fato é que na certidão de nascimento do PT consta o meu nome, e nos alicerces de fundação há rastros do meu esforço pessoal para coletar assinaturas de adesão ao partido.
Participei de todas as campanhas presidenciais. Muitas vezes, lá no início, carregava o teclado nas costas para animar os comícios petistas. Nada disso impediu minha convivência com intelectuais e gente do mundo artístico com posições políticas diferentes da minha. Na democracia pela qual me bato há espaço amplo para divergências políticasMeu velho coração de estudante palpitou quando Lula ganhou a eleição. Essa jornada para a ascensão do PT ao poder foi longa. Conhecendo os obstáculos históricos e os preconceitos encravados na sociedade brasileira, nem pensei que pudesse estar vivo quando a faixa presidencial fosse cruzada no peito de um operário metalúrgico. Aconteceu antes do que eu esperava. Vivi o bastante para ver.
Assim, era natural a minha presença na casa do ministro Gilberto Gil, no Rio, durante o encontro de intelectuais e artistas com o presidente Lula. Naquela noite recebi uma emocionante e inesperada homenagem do presidente.
Havia o calor da amizade e muita sinceridade nas palavras dele quando me agradeceu pela entrevista que dei ao GLOBO, em setembro de 2005. Naquela ocasião, defendi o que acredito e critiquei o que condeno, como foi o caso do uso de caixa dois nas campanhas políticas do partido. A oposição concentrava todas as forças para abalar o governo. Havia um cheiro de golpe branco no ar, denunciado com precisão e coragem pelo professor Wanderley Guilherme dos Santos.
Convidado para aquela entrevista (do ano passado), publicada pelo GLOBO, defendi um governo no qual acredito. Não vacilei em dizer como via as coisas. Disse o que disse – e repetiria, se preciso fosse - exatamente por acreditar que Lula não rasgou o compromisso com a ética, uma das principais razões pelas quais eu e tantos outros artistas aderimos à causa petista.
Cercado pelos repórteres ao sair do encontro com Lula, eu disse uma frase que, no tumulto, escapou do contexto. Um erro meu e não dos repórteres. Nela vi, posteriormente, que passei a impressão de repudiar a ética. Mas não é assim que penso e ajo, conforme disse em carta publicada pelo jornal O GLOBO e desconsiderada na seqüência dos acontecimentos. Minha vida, com indissolúvel ligação entre as atitudes pessoais e as ações artísticas, é a expressão do meu compromisso com a seriedade e a lisura. Nada me fará me esquecer de quem sou! Eu repudiei, sim, a manipulação do discurso sobre a ética, proposta pela oposição. É uma preocupação farisaica. Uma cortina de fumaça que oculta uma disputa implacável pelo poder. Olhem só para a cara dos principais porta-bandeiras do movimento. São vigaristas políticos que enriqueceram na vida pública sem qualquer preocupação com o caos social que vem se formando no Brasil. Eles dão as costas para a população carente e vomitam um discurso hipócrita sobre ética. É isso que repudio.
Nesse contexto é que peço que seja inserido meu sentimento real, traído por uma frase mal colocada. A falta de traquejo para enfrentar um batalhão de perguntas - algumas muito agressivas - me fez tropeçar no meu próprio discurso. Agora vejo a frase como alavanca de um debate no qual faço o papel de vilão. Vilão, eu? Eu que pautei toda a minha vida em atitudes éticas. O pano de fundo é atingir Lula e o PT. Um governo que tem, segundo o Datafolha, 52% de aprovação da sociedade no patamar do "ótimo e bom".
O Brasil precisa mesmo de um debate sobre ética. Sério e fecundo. Mas, por favor, não a partir da manipulação cruel de uma frase minha.
Quando a fumaça desse momento se esvair, será possível ver em cena os vilões de sempre. Eu me refiro àqueles que, historicamente, saquearam os cofres públicos e trouxeram o país a essa complicada situação de violência e insegurança. Um país, além do mais, marcado mundialmente. pela vergonhosa distribuição de renda que desenha o mapa de uma sociedade injusta. Uma injustiça que faz corar aqueles que, de fato, reverenciam a ética.

WAGNER TISO é músico.

Publicado no jornal O Globo, quinta feira, dia 31 de agosto de 2006, Opinião, página 7 do primeiro caderno.

Mas do que o músico Wagner Tiso está falando?
De muitas coisas, entre elas, o texto de sua carta ao Globo trata de uma reação a uma outra carta, esta escrita pelo ator Carlos Vereza que acusa de criminosos e cúmplices todos os artistas e intelectuais que defendem o Partido dos Trabalhadores.

Mas o músico Wagner Tiso, com seu velho coração de estudante, fala de coisas mais graves do que a carta degradante do ator contratado pela Rede Globo.
Wagner Tiso fala e refresca a nossa memória tentando reconduzir a todos nós para o fecundo debate sobre a ética.
Durante um ano e meio toda a direita e quase toda a mídia deste país tentou promover o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula como responsáveis pelo suposto maior esquema de corrupção já visto na história.

Vamos aos números:

A direita depois de muito esforço apurou cerca de 50 milhões de reais em desvios chamados caixa 2 de campanha, o caso também recebeu o nome de mensalão.
Não se pode negar as irregularidades cometidas, não se pode negar também que o volume é alto, 50 milhões de reais parece ser uma soma elevada.
Deste montante, parte foi de responsabilidade do PT, outra parte é da chamada base aliada.
Que base aliada? A mesma que sempre foi a base do PSDB. O que não é muito relevante no momento.
Quanto equivale mais especificamente ao PT? Cerca de 5 milhões de reais. É uma boa soma. Que pena não é mesmo?

Agora pense. Olhe para o outro lado?O que você encontra?

Em apenas 12 das dezenas de operações realizadas pela Polícia Federal entre os anos de 2003 e 2005, a soma em dinheiro apurada em crimes de corrupção atinge 68 bilhões de Reais.

Todos estes crimes foram cometidos na gestão FHC.

Qual é o montante de evasão de divisas entre os anos de 1995 e 2002 referentes ao escândalo do Banestado? Mais de 85 bilhões de dólares.
Com o dólar da época em 4 Reais, temos a soma de 350 bilhões de Reais.

E o caso Banco Nacional? Mais 25 bilhões de Reais.

E a privataria das estatais? Mais cerca de 300 bilhões de Reais.

Em 1994 o nosso PIB era de 850 bilhões de dólares, isso antes da chegada de FHC, em 2002 com sua saída o PIB brasileiro era de 450 bilhões de dólares. Com o câmbio a 4 Reais, isso dá uma corrupção de 1,6 trilhões de Reais.

São só alguns dos maiores escândalos da era FHC.Faça as contas.A soma por enquanto está em 2,35 trilhões de Reais.

Se você tiver curiosidade, divida 2,35 trilhões de Reais por 5 milhões de Reais.

A era FHC apenas com a curta lista acima, foi nada menos do que 470 mil vezes maior mais corrupta que a era Lula.

Exatamente!

Não foi o dobro, nem cinco ou 10 vezes maior, foi 470 mil vezes maior.

Imagine quantas casas poderiam ter sido feitas, quantos empregos, quantas indústrias, quantas bocas não teriam sido saciadas, quanta dignidade não teria sido espalhada por toda esta nação se o nosso voto fosse um pouco mais responsável, é o não ao neo-liberalismo do PSDB/PFL que precisa ecoar por todo este país.

É responsabilidade sua sim a escolha do destino que você deseja para a sua nação.

Comentários:
NÃO HÁ COMO COMPARAR A SENVERGONHICE DE UM ACM,ARTHUR,BONHAUSEN,ETC...COM O PT. MAS QUE ISTO SIRVA DE LIÇÃO E ESPERO QUE LULA AO SER REELEITO FAÇA DO PROXIMO MANDATO UM ESTERMINIO CONTRA A CORRUPÇÃO SEMPRE USANDO MOSTRAR EM PRAÇA PUBLICA QUEM SÃO ESTES. E TOMA-LHE SERVIÇO E INVESTIMENTO PARA O POBRE.
 
De fato não há mesmo como comparar.
Em função disso é importantem mantermos a certeza de que estamos no caminho certo.
Não duvide, o governo Lula no segundo mandato vai avançar muito significativamente nestes 3 pilares:

1- Desenvolvimento

2- Geração de empregos e de bem-estar social

3- Combate intenso contra a corrupção

Saudações socialistas!
 
André,Wagner Tiso é um cidadão de bem que teve uma frase distorcida pela mídia.Porém quem o conhece sabe que ao contrário da turma que merece um banho de ética(veja alguns deles na foto do meu último texto),Wagner Tiso ao contrário do que O GLOBO quis deixar bem claro está longe de ser alguém que não se importa com ética.

Quem não se importa com ética acredita na descontextualização de sua frase e diz amém para esta oposição podre.

Admiro não apenas o músico,mas sim o eterno idealista que me emociona com suas declarações.E felizmente assistirá mais uma vez Lula sendo eleito pelo povo.Fruto de uma administração que ao contrário dos fétidos oposicionistas,foi a mais transparente e competente que este país já teve!
 
Saudações socialistas.
Fétida oposição??
Moça, com todo respeito, esse espaço é seu e vc faz o que bem entender. Mas uma frase assim põe abaixo todos seu argumentos pró governo. Isso na minha opinião - que vc não pediu, mas deixou a porta aberta para eu entrar. Mesmo sem ser publicado, aliás.
Acreditar num governo não justifica desrespeitar de maneira tão baixa o outro lado do jogo democrático, penso eu. Uma pena ler tamanha grosseria em um espaço que , se não democrático, ao menos é autêntico.
 
Com certeza eu vi Dê, até elogiei o seu olhar de lince, que pegada boa que foi a sua, foi uma imagem e tanto, dessas que valem mais do que mil palavras.

Pois é Dê, se ele imaginava que o velho coração de estudante dele talvez nem visse um operário se tornar presidente da República imagine ver isso por duas vezes seguidas.
Com toda a certeza é emocionante, para ele, e para a gente também.

Um beijo pra você Dê.
 
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