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quarta-feira, agosto 09, 2006

Um pouco sobre a entrevista de Heloisa Helena...

A entrevista que a senadora Heloisa Helena concedeu ao programa Jornal Nacional da rede Globo de televisão foi no mínimo curiosa para não dizer esclarecedora. Em diversos momentos o discurso de Heloisa Helena foi capaz de provocar algumas boas gargalhadas, bom, pelo menos em mim....

Toda vez que ela se encontra acuada, inicia-se uma metralhadora de palavras, em geral palavras de difícil compreensão para a maioria do seu eleitorado inclusive.
Ela é toda cenográfica, o cabelo, as roupas, visa criar uma atmosfera de aproximação com o eleitor pobre, humilde, o homem simples, mas ela então ataca. Faz uso de seu pseudo-intelectualismo e solta o verbo.
A palavra desconhecida intimida.

Quem ousaria criticar alguém que fala prosopopéia com a mesma naturalidade de quem diz “eu gosto de feijoada”...?

Traduzir a senhora Heloisa Helena é algo muito simples, porque sua psicologia é de fato muito simplória, previsível.

Nos caminhos da política, Heloisa Helena ainda não transpôs a fase da caricatura:

E assim falou Zaratustra, não, quer dizer, HH...

"A prosódia em arremedo equânime no ilícito ato ímpio com o lábaro ostentando a empunhadura à proa, versam ilações unânimes encarnadas de liceus por onde indoutos multiplicam relicários de ignorância nata, claros são os sinais de que epitáfios osmóticos em diminutos versículos explanados ao léu findam-se em complexo vernáculo de insanidade e eloqüência universal."

Que lindo...
Eu fico emocionado ao ouvir com atenção a leitura dinâmica e aleatória do mini dicionário Aurélio, porque é tão complexo e tão sem sentido o que diz a senadora que provavelmente seu discurso é pautado desta forma.

É de chorar!
Eu até brinquei com familiares: só falta ela proclamar "paralelepípedo".

Eu deveria ter ficado em silêncio, mas... não é que ela soltou um paralelepípedo mesmo?

Muito divertida esta Heloísa Helena.

Bom, espero que o bom eleitor de Heloisa Helena encontre-se esclarecido de que o que está escrito no programa de governo de seu partido é uma coisa, e o que ela fará no governo é outra.
De sorte que ao dar o seu voto á Heloisa Helena, que este eleitor esteja ciente de que ela não representa a sua pregação, ela não representa a sua identidade, ela já inicia o processo político com a prática de falsidade ideológica.
Esta ciência é muito importante para que o eleitor de Heloisa Helena não se sinta vítima de estelionato eleitoral, pois é em tese e em prática exatamente o que o discurso de HH proclama e significa.

Hoje mesmo eu conversei com um eleitor de HH.
Tentei alerta-lo.
Ele me respondeu assim: “e não está certo? Não é sempre assim? Não fazem assim todos os políticos? Pelo menos ela foi sincera.”

Fiquei perplexo, mas ele prosseguiu: “E o Lula? Não prometeu e não cumpriu?”

Eu respondi que o fato dele desconhecer tudo que o Lula tinha feito não era prova de que nada havia sido conquistado.
Era prova apenas da ignorância dele.
Respondi também que o Lula havia ido muito além do programa, que os feitos do Lula transcendiam suas promessas de campanha.

Mas a conversa não estava indo por caminhos férteis e dei por encerrada.
Fazer o que?

Vejam a seguir a matéria publicada no jornal O Globo:

HH: “Programa de partido não tem a ver com governo”

Sobre expropriação de terras prevista pelo PSOL, candidata diz que não é para ser cumprida porque Constituição proíbe

A senadora Heloísa Helena, candidata do PSOL à Presidência, aproveitou a entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Glo­bo, para tentar convencer o elei­tor de que não é uma radical, mas acabou admitindo que seu partido tem um programa que não é para ser usado se chegar ao governo. Risonha e tratando os entrevistadores William Bon­ner e Fátima Bernardes de "meu amor" e "minha flor" , a senado­ra afirmou que em todas as áreas nada pode ser feito além do limite das leis vigentes, ainda que o programa de seu partido pregue o socialismo. Disse ainda que programa de partido "não tem nada a ver com programa de governo".
O "Jornal Nacional" lembrou declarações de Heloísa sobre a depredação do Congresso pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). Ela afirmara que os manifestantes haviam er­rado de endereço e deveriam ter ido ao Palácio do Planalto. Ela negou ser favorável à invasão de prédios públicos e afirmou que vai se antecipar aos protestos. Lembrada de que o programa do PSOL diz que não existe saí­da sem a expropriação das gran­des fazendas, sejam elas produ­tivas ou não, respondeu:
- Não posso (expropriar terras), meu amor, porque a Constituição proíbe. Programa de
partido trata dos objetivos estratégicos. Não tem nada a ver com programa de governo. Seria impossível fazer expropriação de terra a não ser que tenha tra­balho escravo ou plante maco­nha. A Constituição no Brasil é muito clara e tenho a obrigação de cumprir a ordem jurídica vi­gente. A Constituição é clara: terra improdutiva é passível de reforma agrária.
Para Heloísa, não há incoe­rência no fato de o PSOL ter uma proposta diferente.
- Sou uma socialista por convicção. Programa de parti­do são objetivos estratégicos.
Disse ainda:
- Programa de governo é outra coisa. Não pode estar distanciado na legislação em vigor do país. Em qualquer questão, nada pode ser feito além daquilo que a legislação determina - afirmou.
No esforço de apagar os tra­ços do radicalismo que fez sua fama, a senadora se disse arre­pendida de ter usado a expressão "empregadinhos" ao se re­ferir a ministro do governo Lu­la que a criticaram.
- Até me arrependo de ter usado o termo empregadinho, por respeito a pessoas simples e humildes como eu - afirmou a senadora, logo retomando, no entanto, um tom mais duro ao dizer que não quer bater boca com ministros e que eles não podem se comportar como mo­leques de recado de Lula.
Diante de pergunta que con­frontou seu vocabulário mais duro a uma possível falta de tranqüilidade, retrucou:
- Sou uma pessoa absoluta­mente tranqüila. Mas não uma pessoa tingida ou dissimulada.
A senadora disse ser inaceitá­vel que ministros espalhem que era tiraria das universidades estudantes bolsistas do ProUni ou que vá acabar com <> Bolsa Fa­mília, dois programas aos quais já fez duras críticas.
Heloísa afirmou que se considera absolutamente preparada para exercer a Presidência:
- Jamais disponibilizaria meu nome e um programa ao povo brasileiro se não me sen­tisse plenamente capacitada pa­ra cumprir essa tarefa. Estou absolutamente preparada para estar no Palácio do Planalto.
Ao final, resumiu sua men­sagem de governo:
- Um governo que possa acolher as crianças e a juven­tude do mesmo jeito que eu, como mãe, acalento meus próprios filhos.
Em outra entrevista na noite de ontem, ao "Jornal das 10", da Globonews, a senadora acabou deixando de lado o estilo "paz e amor". Ao ser indagada se usaria no Planalto só blusa branca e calça jeans, co­mo sempre usa, ela se irritou:
- Isso é relevante? O que o povo brasileiro tem que me perguntar é: "Heloísa, quando tocar os tapetes supostamente sagrados do Palácio do Pla­nalto, você vai virar uma delin­qüente de luxo?

Não É Bem Assim

Senadora do PSOL acha que Congresso não precisa atuar em políticas de educação e saúde e deve se limitar à elaboração do Orçamento

Os desejos ambíguos de uma candidata

Heloisa Helena, candidata à Presidência da República, acha que o Congresso tem mais é que cuidar do Orçamento. E ponto. “Para viabilizar a política educacional ou de saúde precisa-se dele?”, questionou ontem, em entrevista à Globonews.

A candidata do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) expôs idéias restri­tivas ao papel do Legislati­vo. Ela integra o Senado, onde atualmente tramitam 49 emendas constitucionais sobre educação.
Deixou nos espectadores de sua entrevista a sensa­ção de ambiguidade nas idéias sobre a democracia.
Não chegou a surpreender quem a assistira pouco an­tes, na Rede Globo. Nela, re­vogou o programa do PSOL e se definiu como uma profes­sora, socialista por convic­ção, fiel seguidora da bíblia cristã e uma candidata que deseja governar o país como "uma mãe". Mais ambígua, impossível.

Matéria publicada no jornal O Globo, caderno Eleições 2006, 09 de agosto de 2006, página 15.

Comentários:
André,a repercursão da entrevista de Heloísa Helena não foi nada surpreendente.Os que acharam injusta a sua "expulsão" do PT e passaram a defendê-la,após a entrevista de ontem talvez prefiram se manter calados agora.Estive com uma amiga hoje que assistiu a performance escorregadia da senatriz ao lado de sua avó,uma senhora de 79 anos de idade.Ela me contou que ao final do JN,sua avó disse:"Meu Deus!Ainda tem gente dizendo que vai votar nessa doida?É por isso que o Brasil não vai pra frente!"
Nem todas as senhoras de 79 anos de idade costumam demonstrar um senso crítico em relação à política baseando-se em fatos concretos.A avó desta amiga por exemplo é totalmente apolítica.Se uma pessoa que não costuma acompanhar as palhaçadas de Heloísa Helena levantou este questionamento,é sinal que qualquer um percebe que trata-se de uma pessoa totalmente dissimulada e ignorante.
Muito me interessa saber o que justifica o voto de um ex-petista em uma oportunista contraditória e autoritária que afirma que se for eleita reduzirá as taxas de juros cobradas em todos os setores através de decretos.
E no final,ainda quis passar a impressão de que governaria o país com o mesmo cuidado que uma mãe cuida de seus filhos.A candidata que "adotaria" os brasileiros(interpretei que ela estivesse insinuando que a população seja composta por um bando de retardados),é reconhecida por quem jamais votaria nela como uma pessoa sem o mínimo de noção de convivência interpessoal,agressiva,intransigente e totalmente desmiolada.
Pode até ser um sonho com requintes de feminismo querer que o Brasil um dia seja governado por uma mulher.Mas se for para ter uma Heloísa Helena(ai de nós!)ocupando este cargo,prefiro manter minha vontade apenas na minha imaginação.
 
Nossa, sabe o que eu fiquei pensando aqui? Olhando as abobrinhas da Senatriz, eu lembrei de um personagem do MARAVILHOSO espetáculo de humor TERÇA INSANA. Nele, uma freira maluca que podemos comparar com a Senatriz Heloísa Helena, diz o seguinte:
"Eu trabalho com crianças excepcionais, mas não que elas sejam. É que eu gosto de tratá-las assim!"
O que vcs podem deduzir disso? Que a nossa senatriz nos trata perfeitamente desse jeito! Ela nos trata como loucos, abobados que pensam que não compreendemos suas palavras! Tonta ela! Que aguarde a eleição para ser enxotada de volta ao seu mísero lugar!
 
Oi Dê, assim terei que começar a pensar na idéia de desistire de morar em minha cidade.

Como eu cito no texto, de fato eu me encontrei com um helenista convicto e o diálogo que eu descrevo foi mesmo real.

Não vejo "apolíticos" por aqui tão lúcidos como a avó de sua amiga.

Quem me dera...

Espero que fenômenos como o desta senhora de 79 anos se reproduzam em massa por este país a fora.

Um beijo pra você.
 
Você quer me matar de rir André? Muito boa! A do dicionário foi a melhor...

Abraços
 
Marcio Motta,

Mas é exatamente isto o que a senatriz pensa de seu eleitorado.

"Eu trabalho com crianças excepcionais, mas não que elas sejam. É que eu gosto de tratá-las assim!"

Como eu testemunhei conversando com um eleitor de HH...

é possível que eles até queiram realmente o tratamento especificado...

É preciso de um lado da balança agir e do outro ter paciência.

Saudacões socialistas.
 
Salve Douglas!!!

Pois é cara, é engraçado pela situação ser tão caricata mesmo.

Se musicarmos o discurso de HH temos inclusive a possibilidade de gerar um hino nacional para algum universo paralelo imaginário, um mundo de Alice por exemplo.

Me preocupa a legião de seguidores desta criatura. Espero que o meio que eu contemplo seja pontual, quem sempre me vem com boas notícias sobre a natureza humana é a Dê.

Um grande abraço e saudações socialistas!
 
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