O que foi que o governo Lula fez a respeito disso?

Eu diria que a Educação é um grande pilar.
A melhora na questão da saúde será atingida em função da qualidade da educação, quanto melhor a educação, melhor a saúde.

Isso acontece por duas vias:

1- Com a educação atingimos um nível ótimo de saúde preventiva.
Sim, um dos principais fatores das deficiências na saúde existirem é a pela falta de prevenção.
Uma atitude preventiva, seja lavando as mãos e a comida, bebendo água potável ou filtrada ou fervida, ingerindo bons alimentos, praticando esportes, não consumindo bebidas alcoólicas, não fumando e fazendo exames regulares nos livram de males maiores, inclusive do mal das filas de atendimento nos hospitais.
Então já parte da própria atitude pessoal.

2- A educação também dá acesso a conhecermos nossos direitos e a votarmos de forma eficiente e seletiva.

O mesmo cabe na questão da criminalidade.

Sobre a educação, confesso que minha pesquisa não foi específica nesta linha.
Mas posso destacar os seguintes aspectos:

1- As linhas de pesquisa e bolsas em universidade voltaram a existir.

2- Muitos CEFETs foram construídos e inaugurados

3- Universidades foram construídas por todo o país

4- 150 mil famílias assentadas em 2005 pelo INCRA não tiveram apenas a posse de seus títulos de terra, mas acesso a energia elétrica, foram organizadas em cooperativas, tem toda a sua produção comprada pelo governo federal e tiveram todos os seu integrantes alfabetizados - Isso é um avanço e tanto!

5- O programa Bolsa Família exige como troca pelo acesso ao dinheiro que toda criança contemplada entre 6 anos e 15 anos e 11 meses esteja vacinada e matriculada em escolas públicas ou privadas e com mais de 80% de presença - este é um grande começo, são milhões de crianças que não estavam nas escolas e que agora estão.

6- O governo Lula junto com a FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) entrou para o Guiness Book em 2005 com o maior número de pessoas com mais de 16 anos alfabetizadas na história do planeta!
- São pessoas que por serem maiores de 16 anos estavam de fora de incentivos com o Fundef por exemplo e que foram assistidas pelo governo Lula.

Sei que o salário dos professores não tem tido aumento, fui aluno de faculdade federal entre 95 e 97 e me lembro muito bem como já era naquela época.
Em minha pesquisa o que os gráficos salariais apresentam é a média geral no país, não estão ali presentes deficiências reais de muitos setores como no caso dos professores.
A condição do salário dos professores é uma questão que parece muito longe ainda de ser resolvida.
Claro que se olharmos para segmentos específicos, como na minha área por exemplo, que é a do design gráfico, não se verifica o reflexo do que dizem as estatísticas do IBGE, os salários tiveram um achatamento enorme.
Há muito designer no mercado e a economia só agora vem se reerguendo depois de duas décadas de queda.
A arte fica sempre em segundo plano e o brasileiro sabe bem pra que serve publicidade mas ainda não sabe pra que serve o design, aí fica difícil.
As categorias que tiveram forte aumento são aquelas que apresentam sindicatos fortes.
Em geral, as que representam trabalhadores de baixa renda.

Sobre a saúde, o governo Federal realizou desde 2003 intervenções em diversas prefeituras consideradas pelo Ministério Público em situação de emergência no país.
Apenas a prefeitura do Rio de Janeiro (prefeito César Maia) negou-se a aceitar o trabalho conjunto com o governo Lula.
Este trabalho de parceria deu muito certo em diversas cidades no Brasil de acordo com o que foi noticiado no programa Diálogo Brasil (TVE-Brasil) durante a crise dos hospitais do Rio de Janeiro.
Hoje temos o remédio fracionado, a farmácia popular com convênios em toda a rede de farmácias do Brasil, levando os dois tipos de medicamentos mais usados pela população:

1- Remédios para pressão alta
2- Remédios para diabetes A preços muito baixos.

O Brasil realizou em 2005 12 mil transplantes de coração pelo SUS. Este número só é superado pelos Estados Unidos da América, mas a diferença é que lá 80% das cirurgias são pagas pela população. Ou seja, ou você tem dinheiro ou morre do coração.
Aqui no Brasil não, isto é bancado pelo estado.
A revista Conjuntura Econômica traz no mês de abril uma extensa matéria relatando como foi impressionante a evolução da saúde brasileira durante o governo Lula.

A questão da violência também passa pela educação.
É preciso observar também qual a competência de cada esfera de governo.
Cabe ao governo federal fiscalizar as regiões de entrada no país.
Nosso espaço aéreo, nossas fronteiras e nossa costa.
O governo Lula defendeu e tirou da gaveta finalmente a Lei do Abate.
Com essa lei agora a Força Aérea pode abater naves hostis que violem nosso espaço sem identificação.
Piratas, traficantes, observadores, contrabandistas, etc. O governo Lula deu continuidade ao projeto SIVAM nacionalizando o software que controlava os radares e antenas de HF que rastreiam nosso espaço.
Diversas irregularidades foram constatadas.
O programa vendido pela americana Raytheon ao governo FHC apresentava vários pontos cegos preparados para causar vulnerabilidade e penetrabilidade em nosso espaço.
Em esforço conjunto, Aeronáutica, Marinha e iniciativa privada identificaram tais pontos cegos e hoje a manutenção do sistema é independente e nacional.
O projeto da costeira também foi implementado.

O policiamento urbano cabe ao governo do estado e não ao governo Lula. É o governo estadual quem coordena tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil.

A segurança do patrimônio público cabe a Guarda Muncipal de cada cidade e tem o dever de observação e de manutenção da ordem mas não o poder de polícia.
Então, a cada esfera de governo existe um nível de competência e um nível de responsabilidade.
Ainda assim, há muito tempo a esfera federal já vinha observando a falência do sistema penitenciário estadual.

A história da Polícia Nacional:

Remonta a meados dos anos 80 a primeira iniciativa para a aprovação de um projeto de lei que permitisse ao Governo Federal a construir penitenciárias de segurança máxima com agentes federais especificamente concursados e independentes de contato com as já então conhecidas máfias estaduais.
O que se previa já no fim da ditadura militar é que a evolução do crime organizado combinada com a falência do sistema penal resultariam num futuro caótico para o Brasil.
A única forma de compensar a incompetência dos governos estaduais seria pele intervenção direta do governo Federal através da criação da Polícia Nacional.
Mas questões constitucionais e o jogo de interesse com a mútua relação entre as polícias estaduais e o tráfico sempre criaram mecanismos de pressão que retardaram a viabilidade deste projeto de lei que se arrastou por décadas.
O governo Tancredo Neves/José Sarney prometeu criar a Polícia Nacional.
Não fez...
O governo Collor/Itamar Franco prometeu criar a Polícia Nacional.
Não fez...
Os governos FHCs prometeram criar a Polícia Nacional.
Não fizeram...
O governo Lula acabou com isso.
Agora é lei! As penitenciárias federais e a Polícia Nacional já são uma realidade!
A primeira penitenciária federal já está pronta e inaugurada no estado do Paraná.
A sua primeira turma de agentes penitenciários federais passou por processo seletivo de concurso público em 2005 e agora se encontra em treinamento por forças federais em Brasília.
Existem mais 4 num total de cinco penitenciárias federais de segurança máxima prontas para serem inauguradas aguardando apenas o treinamento das novas turmas.
Este é o começo de um novo tempo, um tempo mais seguro para todos nós.
A miséria é um berço magnífico para a geração da violência.
Quanto maior a miséria, mais violência.
A miséria nos 3 primeiros anos do governo Lula foi reduzida a níveis de 30 anos atrás.
Os dados do PNAD e do IPEA nos indicam isso.
Quando o governo cuida para que haja uma redução dramática deste porte na miséria, ele está contribuindo muito para a redução da violência.
Basta que o leitor veja o gráfico apresentado logo acima.
A taxa de mortalidade masculina entre 20 e 24 anos por causas externas (leia-se violência urbana e acidentes de trânsito) é hoje menor do que era em 1995.
Ou seja, o governo Lula nos proporcionou um recuo de mais de 10 anos nos níveis de violência urbana.
É evidente que o patamar referido é elevadíssimo. Estamos falando de uma média de 170 homens jovens mortos por tiro ou em acidentes de carro a cada 100 mil habitantes. Mas esta taxa é equivalente as do início dos anos 90. Quem não gostaria de reviver os bons anos 50, toda aquela paz cantada na bosa nova? Mas o que temos hoje equivale aos anos 90 e vamos precisar de mais 4 anos de Lula para recuarmos mais 10 ou 20 anos no tempo. É claro que não se pode ser instantâneo, tudo é um processo, mas que os caminhos para a melhora estão sendo construídos, ah, isso estão.

# postado por Andre Furtado : 10:58